A influenciadora brasileira Katiuscia Torres Soares, conhecida como Kat Torres, foi condenada a oito anos de prisão pela Justiça do Rio de Janeiro. A sentença, proferida em 28 de junho deste ano pelo juiz Marcelo Luzio Marques Araújo, da 10ª Vara Federal, resultou das acusações de tráfico humano e condições de trabalho análogo à escravidão. O caso foi divulgado no último domingo (14) em um documentário da BBC.
Segundo as investigações, Kat Torres atraiu a jovem Desirrê Freitas para os Estados Unidos sob falsas promessas. Lá, a vítima foi submetida a exploração sexual e condições de trabalho extenuantes. Desirrê foi forçada a dançar em clubes de striptease por mais de 13 horas diárias, sem descanso, além de ter sua imagem divulgada em sites de prostituição. Todo o dinheiro que ela ganhava era entregue à "líder espiritual" Kat Torres.
Nascida em Belém do Pará, Kat Torres, de 29 anos, vivia nos Estados Unidos e se apresentava como modelo, atriz, coach, comediante e bruxa, afirmando possuir poderes de hipnose e manipulação mental. Em 2013, ela foi apontada como suposto affair de Leonardo DiCaprio e, em 2015, surgiram rumores de um relacionamento com o ex-BBB André Martinelli.
Kat foi presa em novembro de 2022, no estado do Maine, EUA, e deportada ao Brasil, onde está detida no presídio feminino de Bangu. Além do caso de Desirrê Freitas, mais de 20 mulheres denunciaram a influenciadora por exploração. As investigações continuam.
O caso ganhou ainda mais notoriedade no Brasil após o lançamento do podcast "A Coach", do jornalista Chico Felitti, que detalha a trajetória de Kat Torres até sua condenação. Ele conta como a jovem começou na carreira de modelo e acabou indo viver nos Estados Unidos, posteriormente se envolvendo em rituais de ayahuasca e se apresentando como "guru espiritual".
Kat Torres nega acusações: "Elas foram para lá se prostituir"
Em entrevista à BBC, Kat Torres negou todas as acusações. Afirmou que as mulheres foram aos Estados Unidos por vontade própria e se prostituíram por conta própria. "Elas foram para lá se prostituir, se prostituíram e falaram que fui eu que fiz isso", declarou a influenciadora. Sobre as acusações de trabalho forçado, ela disse: "É mentira. Eu não precisava escravizar ninguém, porque eu trabalhava, meu marido limpava a casa e eu tinha robôs que limpavam a casa para mim".
Kat Torres também negou ter isolado as mulheres de suas famílias e alegou que nunca se apresentou como uma figura religiosa. "As minhas clientes achavam que eu era Jesus mesmo. Eu falava para elas que eu não era", disse.
Apesar da condenação, Kat Torres mantém a esperança de sair em breve da prisão. "Sinto que vou embora daqui a 10 dias, 20 dias, porque não tem prova nenhuma contra mim", afirmou. Ela também refletiu sobre seus planos para o futuro, declarando que não pretende continuar dando consultas.
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