O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), enviou uma recomendação oficial à Fundação Cesgranrio e ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) para suspender a divulgação dos resultados do Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2025, prevista para esta terça-feira (4). O pedido foi feito devido a irregularidades no cumprimento das normas relacionadas às cotas raciais.
A principal falha apontada pelo MPF é a falta de notificação adequada aos candidatos cotistas que haviam sido reintegrados ao concurso após uma decisão judicial que regularizou as vagas destinadas às cotas raciais. Segundo o MPF, muitos desses candidatos não puderam enviar os títulos necessários para a classificação, o que pode ter prejudicado sua participação no certame.
Além disso, o MPF criticou a falta de transparência nas decisões de enquadramento dos candidatos às cotas raciais, uma vez que a Fundação Cesgranrio não divulgou os pareceres que explicam os motivos pelos quais alguns candidatos não foram considerados cotistas. A Procuradoria também destacou o atraso na divulgação dos nomes dos avaliadores responsáveis pela heteroidentificação, que só foi realizada no final de 2024, em desacordo com os prazos estabelecidos.
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A recomendação foi encaminhada para que a divulgação dos resultados seja suspensa até que as falhas sejam corrigidas, a fim de garantir a igualdade de acesso e a integridade do concurso.
Por sua vez, o MGI informou que não se pronunciará sobre questões jurídicas relacionadas ao processo, enquanto a Fundação Cesgranrio ainda não se posicionou sobre o caso.
A expectativa era de que, nesta terça-feira (4), fosse divulgada a primeira lista de classificação dos candidatos, incluindo os convocados para os cursos de formação. A decisão sobre a continuidade ou não da divulgação será tomada após a reunião dos organizadores do concurso, realizada hoje (3).
O MPF, por meio de seu procurador Nicolao Dino, alertou que as falhas identificadas comprometem princípios fundamentais de transparência e inclusão social, essenciais para a realização do concurso público.
Sobre o Concurso Nacional Unificado
Serão convocados 2.305 candidatos aprovados para vagas imediatas, nos seguintes cargos:
- Analista de Comércio Exterior (50 vagas)
- Analista de Infraestrutura (300 vagas)
- Auditor Fiscal do Trabalho (900 vagas)
- Analista em Tecnologia da Informação (300 vagas)
- Analista Técnico de Políticas Sociais (500 vagas)
- Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (150 vagas)
- Especialista em Regulação de Saúde Suplementar (35 vagas)
- Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Energia (40 vagas)
- Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários (30 vagas)
A duração varia de 140 a 580 horas. A etapa é presencial para a maioria dos cargos, com exceção do cargo de Auditor Fiscal do Trabalho, que será híbrido.
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